Brasil enfrenta recorde de afastamentos por transtornos mentais no trabalho — e a terapia online surge como solução prática para empresas se prepararem para a fiscalização da NR-1, prevista para 2026
O Brasil registrou em 2024 o maior número de afastamentos por transtornos mentais da última década: 472.328 trabalhadores foram afastados, segundo o Ministério da Previdência Social. O volume representa um aumento de 68% em relação a 2023, evidenciando a gravidade da crise silenciosa de saúde mental no ambiente corporativo.
A ansiedade foi o principal motivo, com 141 mil afastamentos em 2024 — alta de 341% nos últimos dez anos. Já a depressão respondeu por 113 mil afastamentos, crescimento de 91% em uma década. Os dados reforçam a pressão sobre empresas para criar políticas efetivas de prevenção e cuidado.
Diante desse cenário, o Ministério do Trabalho e Emprego atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que obriga a inclusão dos riscos psicossociais — como estresse, assédio moral e sobrecarga — nos Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR). A regra entrou em vigor em maio de 2025, mas a fiscalização será iniciada apenas em maio de 2026, em caráter educativo até lá.
Para especialistas, esse período representa uma oportunidade estratégica para empresas estruturarem suas ações. “Mais do que cumprir a legislação, investir em saúde mental significa reduzir afastamentos, aumentar a produtividade e preservar talentos”, afirma Weber Stival, CFO da Unolife.
Terapia online como solução
Nesse contexto, a terapia online ganha força como alternativa acessível e eficaz para ampliar o cuidado dentro das organizações. A Unolife, uma das principais plataformas brasileiras, já realizou mais de 21 mil atendimentos desde 2020, com sessões a partir de R$ 79,99 em ambientes virtuais criptografados e exclusivos.
Segundo a cofundadora e psicóloga Caroline S. Macarini, a nova NR-1 marca um divisor de águas. “A partir de agora, não basta proteger apenas contra riscos físicos. É preciso cuidar também do impacto emocional do ambiente de trabalho, e a tecnologia pode ser a ponte para isso.”
A adesão ao modelo digital encontra respaldo em pesquisas científicas. Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que a taxa de abandono caiu de 37% na modalidade presencial para apenas 6% no online, com melhora significativa dos sintomas de ansiedade. Internamente, a Unolife aponta que 91% dos pacientes relatam melhora clínica após iniciar acompanhamento.
Além dos benefícios clínicos, há também impacto econômico. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cada 1 dólar investido em saúde mental retorna 4 dólares em produtividade. Para as empresas brasileiras, que já sofrem com custos crescentes de afastamentos, a adequação à NR-1 pode representar não apenas a prevenção de multas, mas também a preservação de resultados e equipes mais engajadas.
Dados principais
Brasil: 472.328 afastamentos por transtornos mentais em 2024 (Ministério da Previdência Social)
Ansiedade: alta de 341% em dez anos, com 141 mil casos em 2024
Depressão: alta de 91% em dez anos, com 113 mil casos em 2024
Abandono da terapia: 37% no presencial contra 6% no online (UFRGS)
Retorno econômico: cada 1 dólar investido em saúde mental gera 4 dólares em produtividade (OIT)

