Casal de Florianópolis chefiava esquema de venda de fuzis para o Comando Vermelho, diz polícia

Casal de Florianópolis chefiava esquema de venda de fuzis para o Comando Vermelho, diz políciaCasal suspeito de vender fuzis e lavar o dinheiro foi preso no Pantanal, na terça-feira (18) – Foto: Imagem editada por IA

Um homem e uma mulher presos em Florianópolis, na última terça-feira (18), formavam um casal que comandava o esquema de venda de fuzis para o Comando Vermelho e a lavagem do dinheiro do tráfico. Após a operação, as quatro empresas de fachada e os seis suspeitos investigados podem ter até R$ 280 milhões bloqueados.

Ao todo, a Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu 10 mandados de busca e apreensão contra integrantes do PGC (Primeiro Grupo Catarinense). O casal foi preso no bairro Pantanal, na manhã de terça-feira.

Segundo a polícia, os dois eram líderes do esquema, juntamente com outros faccionados já presos na Operação Tio Patinhas. Em diferentes fases da investigação, foram apreendidos mais de 750 kg de drogas, além de fuzis que seriam vendidos à facção carioca.

Homem era o principal fornecedor de fuzis do Comando Vermelho

Segundo o delegado responsável, Antonio Claudio de Seixas Joca, o homem de 32 anos preso na terça era o principal fornecedor de fuzis do Comando Vermelho, e enviava armas desde 2021 para comunidades do Jardim Catarina e do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.

Natural do Rio de Janeiro, ele é suspeito de atuar como “disciplina” do PGC em Florianópolis, ou seja, responsável por aplicar as punições decididas pelo chamado “tribunal do crime”.

De acordo com as investigações, os fuzis eram trazidos do Rio Grande do Sul para Santa Catarina e, em seguida, revendidos e transportados até o Rio de Janeiro. O delegado Joca detalhou os modelos das armas:

  • AR-15: leve, preciso e com alcance de até 500 m
  • AR-10: mais potente, de longo alcance, até 800 m
  • AK-47: robusto, durável, de operação simples, com alcance entre 300 m e 400 m

Mulher comandava lavagem de dinheiro com empresas de fachada em SC

Ainda conforme o delegado, a construtora usada pelo grupo era uma empresa 100% fantasma, registrada com endereço no Córrego Grande, em Florianópolis. Além disso, a consultoria, localizada em São José, também nunca chegou a funcionar.

Já os dois salões de beleza — um no bairro Trindade, em Florianópolis, e outro em Balneário Camboriú — funcionavam normalmente e atendiam clientes. No entanto, suas contas eram usadas para lavar o lucro obtido com a venda de drogas e armas pelo PGC.

O salão da Trindade e a consultoria em São José estavam no nome da mulher presa, suspeita de comandar todo o esquema de lavagem de dinheiro.

A polícia ainda procura um uruguaio apontado como fornecedor de armas e munições para o PGC, que segue foragido. O grupo é investigado por organização criminosa, tráfico de drogas, comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro.

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